IV SEMEAD: Mesas Redondas debatem os desafios pedagógicos da EaD e a produção de material didático digital

A quarta edição do Seminário Internacional de Educação a Distância deu continuidade à sua programação nesta quinta-feira (16). As Mesas Redondas do dia objetivaram o debate sobre diversos aspectos que percorrem o universo da Educação a Distância. As atividades foram realizadas no auditório principal do Campus Natal – Central do IFRN.

Ao longo do dia, foram discutidos diversos aspectos da EaD, como as normas que conduzem essa modalidade de ensino, além de formas de inclusão e os desafios de ensino. Outra abordagem realizada tratou das formas de criação de materiais didáticos, das linguagens e das tecnologias disponíveis para o ensino.

Mesa Redonda I

Na opinião do professor João Paulo de Queiroz, mediador da Mesa Redonda I, o debate sobre a atual dinâmica de aprendizagem é um dos grandes atrativos da reflexão proposta. “É um grande avanço fazer esse processo de reflexão com três pessoas gabaritadas sobre o assunto. Essas mudanças que acontecem hoje são um caminho sem volta, principalmente por ser algo intermediado pela tecnologia”, afirmou o docente do Campus Natal – Zona Leste.

Na análise da professora Andrea Polleto Sonza, do Instituto Federal do Rio Grande do Sul, a Educação a Distância vive hoje um processo de abertura crescente para as pessoas cegas, surdas e para as pessoas que possuem alguma limitação físico-motora. No entanto, ainda na opinião da docente, temos um longo caminho pela frente: “para a plena entrada desses públicos, precisamos que os espaços virtuais ainda estejam acessíveis, algo crucial para a permeância desse público no ambiente educacional”. A docente participou da Mesa Redonda 1 cujo tema foi “Novas diretrizes, inovação e inclusão: desafios pedagógicos na EaD”.

Professores Andrea Polleto e Daniel Ribeiro

Uma mudança no processo da educação, de forma mais colaborativa e dentro de um ambiente especial, é uma tendência dos novos tempos na área educacional, é o que observa o professor Daniel Ribeiro Silva Mill, da Universidade Federal de São Carlos, segundo participante da mesa redonda da manhã. “A ideia de ecologia de aprendizagem permite que possamos construir novos ambiente de ensino diferentes daqueles que acontecem em espaços tradicionais. Cria-se um mundo virtual, amparado pelas novas tecnologias, o que permite essa troca numa perspectiva mais construtivista e construcionista”, relata o professor participante do evento.

Participação do professor Alexandre Martins

O professor Alexandre Martins dos Anjos, da Universidade Federal do Mato Grosso, participou da ocasião por videoconferência. Em sua explanação, elencou as leis e diretrizes que modificaram a perspectivas da EaD no Brasil, além de mostrar um panorama atual sobre as bases pedagógicas sobre a educação brasileira.

Se por um lado os eventos do dia se preocuparam com a estrutura institucional da EaD, com os obstáculos a se enfrentar no Brasil e também formas de inclusão, por outro lado os encontros também estiveram afinados na reflexão sobre o apoio didático de ensino. No turno da tarde, foi realizada a Mesa Redonda II com o tema “Materiais didáticos multimodais, linguagens e tecnologias”.

Mesa Redonda II

De acordo com o professor Artemilson Alves de Lima, mediador da segunda Mesa Redonda, não é possível falar de um material didático que não seja multimodal, isso porque a multimodalidade é uma diversidade de discursos existentes em um único espaço. “É quando você tem um material que tem som, imagem, que tem texto, que tem links e a preocupação com o contexto da acessibilidade. Então tudo isso faz parte dentro do contexto que chamamos de multimodalidade dos materiais didáticos”.


Exposição da professora Maximina Maria Freire

A professora Maximina Maria Freire, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC – SP), apresentou uma metodologia para a preparação dos materiais didáticos, chamada “Design Educacional Complexo”. A metodologia pode ser utilizada para a criação de cursos e materiais didáticos a partir dos recursos tecnológicos disponíveis. “A proposta é dar um tratamento transmídia. Esse processo significaria, por meio das atividades que são solicitadas aos alunos, utilizar diferentes mídias para lidar com o mesmo conteúdo e verificar como esse conteúdo se apresenta com mídias diferentes”.

Professora Vânia Soares Barbosa

Para a professora Vânia Soares Barbosa, da Universidade Federal do Piauí, a multimodalidade é uma realidade cada vez mais presente nas metodologias de ensino, mas ainda é necessário aperfeiçoá-la e para isso é preciso garantir uma base a partir da formação de professores. “O professor, tanto para ir para a sala de aula utilizar o material, quanto para produzir esse material, precisa ter essa formação para saber utilizar os recursos visuais, para saber utilizar as tecnologias que estão à sua disposição”.

Segundo a professora doutora Ivoneide Bezerra de Araújo Santos Marques, Coordenadora-Geral do Semead e participante da mesa, o principal desafio das escolas atualmente é perceber o papel das tecnologias digitais no processo de ensino e aprendizagem. Para ela, a escola não deve relutar contra as tecnologias e para isso é preciso preparar os professores para que possam desenvolver materiais didáticos na perspectiva multimodal. “A gente espera poder contribuir com a formação de professores especificamente e discutir nesta mesa possibilidades de uso das tecnologias no espaço da sala de aula. É preciso reconhecer o espaço e o local da tecnologia na escola”.


Poeta Zé Martins declamando poesias

Os trabalhos no segundo dia do IV SEMEAD foi precedido pela participação especial do educador e poeta Zé Martins, que durante sua apresentação trouxe para os presentes um pouco dos costumes natalenses e da cultura nordestina descritas em seus poemas. O artista já foi docente do IFRN por 25 anos e traz na bagagem o currículo cultural com três CDs gravados, além de outras participações, e também quarto livros publicados.