Campus Zona Leste realiza programação do Julho das Pretas com palestra sobre feminismo negro

Julho das Pretas

Na tarde desta quarta-feira, 30 de julho, o Campus Natal – Zona Leste do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) promoveu uma atividade alusiva ao Julho das Pretas, mês que marca as reflexões sobre a luta das mulheres negras na sociedade. A ação celebrou o Dia da Mulher Afro-Latina-Americana e Caribenha, comemorado em 25 de julho, além de homenagear Tereza de Benguela, uma importante líder quilombola do século XVIII, símbolo da resistência negra no território que hoje corresponde ao estado do Mato Grosso.

A programação contou com a presença da professora Robevânia Maracajá, do Campus Macau do IFRN, que ministrou uma palestra sobre o feminismo negro no Brasil. 

Segundo a professora Elizama Lemos, coordenadora do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi) do IFRN/ZL , a presença de uma professora do IFRN ativista feminista e pesquisadora da área é de suma importância, uma vez que ajuda a trazer um espaço de reflexão. Afinal, mulheres negras enfrentam o machismo de forma mais intensa que mulheres brancas, por lidarem simultaneamente com o racismo estrutural e o sexismo, ampliando a desigualdade.

“O Julho das Pretas é enaltecer e trazer para nossa reflexão questões como a luta e resistência contra o racismo e o sexismo, valorizando a identidade negra, refletindo também sobre o acesso a direitos, bem como essa questão da promoção da igualdade de gênero e de raça. Então a ideia aqui é trabalhar nesses espaços que temos de formação, como nossa reunião pedagógica, esses assuntos para nossa reflexão”, afirmou.

  • Julho das Pretas

Para a professora Robevânia Maracajá, o encontro com a equipe do IFRN/ZL é uma prova das ações acadêmicas e culturais para a Educação Profissional e Tecnológica (EPT), assim fortalecendo “a identidade dos educandos e educandas da EPT, de forma que estes se reconheçam e se percebam como partícipes do processo educacional por meio da identidade, memória e trajetória histórica do povo negro e indígena”.

“Desta forma, visamos contribuir para redefinir o tradicional perfil de história contada na perspectiva europeia, ou seja, uma história eivada de colonialidade”, afirmou a docente. 

Aberta à comunidade acadêmica, a atividade fez parte de uma série de iniciativas desenvolvidas ao longo do ano pelo Campus para fortalecer a discussão sobre equidade, diversidade e direitos humanos no ambiente educacional.

O evento reafirma o compromisso institucional do IFRN com a valorização da diversidade e o enfrentamento das desigualdades sociais, étnico-raciais e de gênero, promovendo ações que contribuem para uma educação mais inclusiva e consciente.

A comunidade externa também pode assistir à palestra da professora do Campus Macau no canal do YouTube do IFRN/ZL através deste link

Sobre o Neabi

O Neabi é o grupo de trabalho e estudos permanente responsável por desenvolver e fomentar ações afirmativas no âmbito do Ensino, da Pesquisa e da Extensão, com foco na igualdade e na proteção dos direitos de pessoas e grupos étnicos minoritários. Este é um espaço para discussões e orientações sobre uma educação pautada na diversidade cultural nos cursos de educação básica, técnica e superior, promovendo ações e protegendo os direitos de etnias que sofrem com práticas discriminatórias.

Dentre as demais atividades do Neabi está o projeto que vai trazer o uso das tecnologias digitais como motor de inovação e preservação das culturas afro-brasileiras e indígenas. Também está em andamento o projeto de extensão Pluralidades Negras.