Curso de Introdução ao Soroban avança com práticas pedagógicas no IFRN Zona Leste

Segundo encontro do módulo reuniu professores da rede pública para atividades práticas de matemática inclusiva com o ábaco japonês adaptado.

Na última sexta-feira, 5 de setembro, o Auditório 1 do IFRN — Campus Avançado Natal–Zona Leste recebeu o segundo encontro do Módulo 4 — Introdução ao Soroban, dentro do curso 7º Tecendo Práticas Pedagógicas para a Educação Inclusiva das Pessoas com Deficiência Visual (2025). Após a introdução teórica realizada em agosto, esta etapa foi voltada integralmente às práticas com o ábaco japonês adaptado, possibilitando que os professores cursistas desenvolvessem e se aprofundassem nas habilidades de cálculo com o instrumento.

A atividade foi conduzida por Soraia Santos, Bruno Lima e Elger Nunes, docentes do CAP-RN (Centro de Apoio Pedagógico do Rio Grande do Norte), sendo os dois últimos professores com deficiência visual. Durante as oficinas, os participantes puderam realizar operações matemáticas no soroban, aplicando na prática os conceitos trabalhados no primeiro encontro.

“Cada cursista teve um soroban em mãos e foi estimulado a operar cálculos básicos e compreender a lógica da ferramenta. Esse contato direto é essencial para que eles possam levar o aprendizado para as salas de recursos multifuncionais e para o trabalho cotidiano com estudantes com deficiência visual”, explicou a professora Soraia Santos.

Para o professor Bruno Lima, a vivência prática ajuda a quebrar barreiras:

“Muitos desses professores já tinham o soroban disponível nas escolas, mas não sabiam como utilizá-lo. Agora, com a experiência prática, eles podem aplicar esse conhecimento de forma inclusiva, beneficiando não só os alunos cegos, mas também estudantes videntes, já que o soroban contribui para o desenvolvimento cognitivo e para a compreensão do sistema decimal.”

Depoimentos das cursistas

A professora Ana Patrícia, que leciona no Instituto dos Cegos do RN e na Escola Estadual Belém Câmara, em Felipe Camarão, Natal, destacou que a formação lhe trouxe segurança para ensinar matemática aos alunos:

“Eu não sabia nada sobre o soroban e já vou começar a colocar em prática com minhas turmas. O curso é fundamental, porque dá um norte para o ensino da matemática inclusiva e ainda pode ser útil para os alunos videntes. Só lamento que cada módulo tenha apenas dois encontros, porque dá vontade de aprender ainda mais”.

A professora Ana Patrícia com o soroban durante atividade em sala de aula (Foto: Erick Allan/COCSEV)

Já a professora Maria Bernadette, da Escola Estadual Casa do Menor Trabalhador, ressaltou que mesmo docentes que atuam em outras áreas se beneficiam da capacitação:

“Eu trabalho com alunos dentro do espectro autista, mas sei que em algum momento posso receber estudantes com deficiência visual. Aprender a manusear o soroban é gratificante, porque amplia nossas possibilidades pedagógicas e mostra que a inclusão deve estar presente em todas as práticas.”

Formação continuada

De acordo com a professora Thalitta Motta, Coordenadora deste projeto de extensão no Campus Avançado Natal–Zona Leste, o módulo de Introdução ao Soroban tem carga-horária de 15 horas, divididas entre momentos presenciais e atividades a distância.

“A principal importância é a capacitação dos docentes para o ensino de matemática a pessoas com deficiência visual. Além disso, a troca entre os cursistas e a equipe do projeto tem sido extremamente positiva para a comunidade escolar e para o IFRN Zona Leste”, destacou.

O curso Tecendo Práticas Pedagógicas já está em sua 7ª edição e conta com a parceria do CAP-RN. A ação reafirma o compromisso do IFRN com a promoção da educação inclusiva e acessível em todo o Rio Grande do Norte.