Libras no IFRN: inclusão, acessibilidade e reconhecimento
IFRN/ZL celebra data que marca a valorização da Língua Brasileira de Sinais e destaca o papel da acessibilidade no ambiente educacional
24 de abril de 2025
Nesta quinta-feira, 24 de abril, é celebrado o Dia Nacional da Língua Brasileira de Sinais (Libras), uma data que reforça a importância da inclusão e do respeito às diferenças linguísticas no Brasil. No Campus Natal – Zona Leste do IFRN, a data ganha um significado ainda mais especial com o fortalecimento de ações voltadas à acessibilidade e à atuação de profissionais que constroem pontes entre mundos distintos — como o intérprete de Libras Jean Carlos Dias Ferreira.
Oficializada pela Lei nº 10.436/2002, a Libras é reconhecida como meio legal de comunicação e expressão da comunidade surda no país. Muito além de um recurso técnico, ela é a língua materna de milhares de brasileiros e representa identidade, cultura e pertencimento. “É a língua do conforto, da identidade, a língua natural das pessoas surdas”, define Jean, que atua como tradutor e intérprete no Campus.
Acessibilidade e permanência no IFRN
Jean destaca que o IFRN tem dado passos importantes rumo à inclusão, especialmente por meio do Núcleo de Atendimento às Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas (NAPNE). Ele relembra sua própria pesquisa de mestrado, realizada no Campus Central, que mostrou como o NAPNE foi essencial na permanência de estudantes surdos no curso técnico de Informática. “Os alunos se sentiam acolhidos e bem atendidos em suas demandas escolares”, relata.
Apesar dos avanços, ele chama atenção para os desafios que ainda cercam a profissão de intérprete: falta de profissionais qualificados, baixos salários e ausência de políticas de fomento. Ainda assim, Jean vê com otimismo as conquistas recentes, como a Lei 14.704/2023, que ampliou o reconhecimento da atuação de intérpretes e guias-intérpretes em contextos educacionais e sociais.
Educação para todos
No dia a dia do Campus, ações de formação continuada, oficinas, eventos e projetos de extensão têm buscado sensibilizar estudantes e professores para a importância de Libras. No entanto, Jean acredita que a verdadeira mudança virá quando a Libras for integrada à educação desde os primeiros anos escolares. “Enquanto isso não acontece, seguimos tentando envolver a comunidade com ações práticas e formação.”
Embora ainda existam desafios, o engajamento da comunidade acadêmica tem crescido, especialmente entre os estudantes, que demonstram interesse em participar das atividades e em aprender a língua de sinais. Iniciativas como cursos de formação e mostras de trabalhos têm sido fundamentais para fortalecer essa cultura de inclusão.
Um caminho de mãos erguidas

Neste Dia Nacional da Libras, Jean deixa uma mensagem de resistência e esperança: “Não podemos abaixar as mãos em nenhum sentido. Já percorremos um longo caminho e seguimos com os pés firmes, acreditando em um mundo mais igual, mais humano e acessível para todos os surdos.”
A comunidade do IFRN/ZL se junta a esse coro, reafirmando seu compromisso com a inclusão, a escuta ativa e o respeito à diversidade linguística.