Debate sobre territorialidade, Plano Nacional de Educação e minicursos são os destaques do terceiro dia do VII Encontro Nacional do EJA-EPT

Durante a tarde, o Campus Natal-Central sediou as duas últimas mesas de debate do evento, em que se discutia sobre o mercado de trabalho para os estudantes egressos e também sobre os rumos da política do EJA-EPT no Plano Nacional de Educação.

Nesta quarta-feira (27/11), houve a realização de minicursos e oficinas na sede do Campus Natal-Zona Leste do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) para profissionais do EJA-EPT de diferentes institutos federais do país, onde foram debatidas desde narrativas educacionais até o uso da inteligência artificial para o cotidiano do docente. 

Durante a tarde, o Campus Natal-Central sediou as duas últimas mesas de debate do evento, em que se discutia sobre o mercado de trabalho para os estudantes egressos e também sobre os rumos da política do EJA-EPT no Plano Nacional de Educação.

Os docentes do Instituto Federal do Paraná (IFPR) e Graças Passos, do Instituto Federal do Amazonas (IFAM), debateram sobre as transformações no mundo trabalho, território e trabalhadores-estudantes de Educação de Jovens e Adultos com Ensino Profissionalizante (EJA-EPT). A mediação foi da professora Clisivânia Duarte de Souza, do Instituto Federal do Maranhão (IFMA).

O tema pode parecer confuso, mas o debate é necessário, porque elas discutiram que o EJA-EPT precisa se adaptar à realidade socioeconômica da região onde atua. Além disso, os estudantes precisam conciliar os estudos com o seu cotidiano, já que boa parte deles está trabalhando e estudando simultaneamente. 

Durante o encontro, a professora Graças Passos comentou a respeito dos 30 anos de trabalho como professora do EJA-EPT no estado do Amazonas, onde, inicialmente, alguns alunos demoravam seis dias para chegar a escola agrícola, agroecológica e florestal, uma vez que o deslocamento de uma cidade a outra era através dos rios. 

  • EJA-EPT

Outra dificuldade dos estudantes é a de criar conexões e vínculos. Neste bate-papo, ela comentou um pouco da realidade dos amazonenses no projeto. “Por mais que tenham havido avanços tecnológicos, boa parte dos jovens ainda é muito carente (de conversa e ensino). Por isso, me preocupo em sempre conversar com os alunos. Eles sabem que podem contar comigo”, comentou a professora.

“Os Rumos da Política da Educação Profissional Integrada à Educação Básica na modalidade de Educação de Jovens e Adultos” foi o tema da segunda mesa-redonda com o professora Alessandra Paulon (IFRJ) e Flávia Xerez, que é Secretária da SETEC, do Ministério da Educação (MEC).   

Para Paulon, representante da equipe do EJA-EPT pelo instituto fluminense, este é o momento de criar proposições políticas para esta modalidade de ensino. 

“A gente entende que a Rede Federal é uma rede que educa jovens e adultos trabalhadores. Então, eu parto do princípio como professora, como cidadã e como gestora que sou hoje, que o nosso papel, a nossa obrigação, é trabalhar com essas centenas de milhares, com esses milhões de jovens e adultos que tiveram o seu direito à educação privado, tirado deles, e que podem e devem elevar a sua escolaridade com uma qualificação profissional”, disse a professora.

O trabalho do MEC, na visão de Flávia Xerez, por sua vez, é ouvir os anseios dos docentes e formular políticas públicas relacionadas ao tema.

“Esperamos trabalhar continuamente, juntos, para que a política de EJA-EPT se consolide e dê realmente oportunidade a essas quase 70 milhões de pessoas que não têm educação básica completa”, completou.

Quinta-feira é o encerramento do evento

Na manhã desta quinta-feira, haverá o encerramento do evento. Pela manhã, haverá o debate sobre as “Sistematizações de apresentações das mesas de Relatos de Experiências e Comunicações Orais” e apresentação da carta final do evento por Guilherme Reichwald Júnior, Ivanir Ribeira e Suzana Pozzer. 

À tarde, por sua vez, haverá a cerimônia do evento, com palestra de “Expansão da EJA Integrada à EPT na Rede Federal: tempos de disputas”, com a palestrante Maria Margarida Machado. Posteriormente, haverá a mesa de encerramento, onde será apresentada a sede do próximo encontro.

Sobre a abertura do evento

Nesta segunda-feira (25/11), houve a abertura da oitava edição do Encontro Nacional dos Trabalhadores do EJA-EPT, no bairro da Cidade da Esperança, às 19 horas. O evento teve como tema principal “Expansão da EJA Integrada à EPT na Rede Federal: tempos de disputas”. Ele vem responder o seguinte questionamento: como estimular a abertura de mais vagas para essa modalidade de ensino?

A cerimônia de abertura contou com a apresentação do documentário “Sempre é tempo de aprender: histórias da EJA-EPT no IFRN”, feito por bolsistas do projeto EJA-EPT do Instituto, em parceria com a equipe do Campus Natal-Zona Leste. Na ocasião, a banda experimental do Campus Jucurutu realizou um show para o público presente. 

Fechando o primeiro dia, houve a palestra “Expansão da EJA integrada à EPT: disputas no contexto das políticas públicas”, com os professores Ana Lúcia Henrique e Dante Henrique Moura. 

O professor Dante Henrique Moura debateu com trabalhadores envolvidos com o EJA-EPT dentro dos Institutos Federais sobre as mudanças ocorridas no Plano Nacional de Educação (PNE), que vai ser renovado para os próximos 10 anos. 

Durante o segundo dia do evento nacional, as atividades se concentraram nos campi Natal-Central e Zona Leste.  As atividades do Encontro serão realizadas nos campi Natal-Central e Natal-Zona Leste, na Avenida Senador Salgado Filho, bairro do Tirol. 

Segundo dia do evento

No segundo dia, os professores discutiram a respeito da ampliação das vagas. O professor Adriano Larentes da Silva esteve no bate-papo com a professora Izanny Brito sobre a “Concepção de integração e currículo integrado na EJA-EPT”.

A docente do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) e uma das coordenadoras do evento comentou que este debate representa uma forma de criar propostas de como estimular o aumento de vagas para estes estudantes na Rede Federal, evitando assim a evasão escolar dos estudantes. 

Em paralelo às mesas-redondas, também houve um espaço de apresentação de trabalhos e realização de minicursos, no qual estudantes de todo o país debateram sobre os casos de sucesso do EJA-EPT na Rede Federal. 

Para acompanhar todas as atividades, acesse o site oficial do evento.