EDUCAÇÃO INCLUSIVA: veja como nossos cursos são adaptados para pessoas com deficiência

Se você está lendo o início desta matéria, é sinal de que possui a capacidade de enxergar, o que possibilita o reconhecimento visual de letras, palavras, frases e parágrafos inteiros. Mas você já imaginou como seria difícil estudar, por exemplo, sem o sentido da visão?

O Campus Avançado Natal – Zona Leste, instituição de ensino especializada em educação a distância, possui atualmente 10 alunos com algum tipo de deficiência física. Para que eles tenham as mesmas condições de estudo, todo o conteúdo disponibilizado é acessível – desde o Ambiente Virtual de Aprendizagem até o material didático.

O processo de acessibilidade do material é pensado a partir da especificidade de cada aluno: o deficiente visual conta com um Ambiente Virtual de Aprendizagem adaptado com leitor de tela e videoaulas com audiodescrição; já as pessoas surdas tem acesso a vídeos com tradução em Língua Brasileira de Sinais (Libras) e legenda em Língua Portuguesa.

Jean Dias, intérprete de Libras, durante tradução de videoaula.

A preocupação com a acessibilidade do material didático não para por aí. Antes de ser publicado para os demais alunos, todo o conteúdo produzido no Campus Avançado Natal – Zona Leste é avaliado e validado por pessoas com deficiência, os chamados consultores. O diretor responsável pela produção do material didático, Glácio Menezes, explica que “a gente também precisa do deficiente para poder validar esse conteúdo que é produzido e discutir as melhores alternativas para poder atender aquele objetivo que desejamos”.

I Encontro de Educação Inclusiva

Alunos participam de atividade do ENEDI

No dia 24 de setembro, o Campus Natal – Zona Leste sediou o “Primeiro Encontro de Educação Inclusiva (ENEDI): refletindo sobre a inclusão de alunos com deficiência”. O evento foi organizado pelos Núcleos de Atendimento às Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais (NAPNE´s) do Campus Natal – Zona Leste e do Campus Natal – Central. A programação contou com uma palestra de abertura, mesa redonda com pessoas com deficiência e oficinas sobre os temas “Libras Básico”, “Audiodescrição”, “Libras Tátil” e “Materiais Acessíveis”.

Patrícia de Souza em atividade realizada no encontro

A aluna Patrícia de Souza Silva, uma das participantes do evento, diz ter encontrado nas novas tecnologias educacionais a chance de conquistar mais um dos muitos objetivos: ser professora. Deficiente visual com baixa visão, Patrícia está concluindo o curso de Licenciatura em Letras Espanhol no campus Natal – Zona Leste. “Eu estou fazendo o curso de braile porque ele vai me ajudar como professora e, a partir do próximo semestre, eu estarei em sala de aula lecionando presencialmente aqui no IFRN, na disciplina de estágio dois”, relatou orgulhosa.  

Márcia França, coordenadora do NAPNE

A Coordenadora do NAPNE, Márcia França, explicou que a função do Núcleo é mostrar para o aluno com deficiência que a sua especificidade não deve impedi-lo de conquistar um objetivo. “Trabalhamos para que o aluno com deficiência não só entre no IFRN, mas para que ele seja inserido no contexto da educação, do ensino, da pesquisa, da extensão”, concluiu.