Primeira edição do Gira de Conversa: Pluralidades Negras traz debate sobre ancestralidade, inclusão e combate ao racismo no IFRN- Zona Leste

Com o subtítulo de “Pluralidades Negras”, o evento debateu a influência do povo negro, desde brincadeiras até o nosso modo de agir. 

Nesta quinta-feira (14), houve a primeira edição do evento Gira de Conversa: Pluralidades Negras, promovido pelo Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (NEABI) do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), Campus Natal-Zona Leste. Destacou-se como um marco de ações do IFRN/ZL para o Dia da Consciência Negra. O encontro reuniu representantes quilombolas, educadores e pesquisadores em uma roda de conversa inspirada pela ancestralidade, enquanto refletia sobre temas de inclusão e combate ao racismo.

Com o subtítulo de “Pluralidades Negras”, o evento debateu a influência do povo negro, desde brincadeiras até o nosso modo de agir. 

A simbologia da Gira

Inspirado pelas religiões afro-brasileiras, como Umbanda e Candomblé, o termo “Gira” simboliza circularidade, horizontalidade e conexão ancestral. “É um momento de invocar nossos ancestrais para o diálogo, reforçando os valores africanos de igualdade e convivência”, explicou Wagner Campos, servidor do IFRN/ZL e palestrante do evento.

Além de Wagner, o bate-papo também contou com a presença de Aline Juliete, advogada e ex-estudante do IFRN, discutindo a participação na mulher negra na advocacia e militância política; Maria das Graças, representante do quilombo Capoeiras de Macaíba, trazendo reflexões sobre a mulher negra descendente de escravizados e agricultores. Já o produtor cultural Ricardo Buhiu compartilhou experiências de brinquedos, teatro e ancestralidade, para fortalecer identidades culturais. 

“O diálogo entre o Campus e as comunidades externas fortalece a troca de saberes e ajuda a construir um espaço inclusivo e representativo”, destacou Fernando Varella, servidor do IFRN e coordenador do NEABI.

Para a Aline Juliete, o debate mostrou a evolução do Instituto e o zelo de se preocupar com as pautas sociais. “O debate de hoje é um momento de refletir sobre a cidadania e desigualdades. Estou muito feliz em voltar à minha escola, após ter ido para a universidade, ter feito mestrado e retornar para falar de combate ao racismo”, disse. 

Apesar dos avanços, a advogada contou que “precisa conversar muito sobre a pluralidade negra e construir um mundo mais diverso”.

Próximos passos e ações afirmativas

Agora, o próximo passo é promover mais eventos para enriquecer os debates e aproximar a comunidade externa do ambiente acadêmico. “A estratégia não é apenas responder a atitudes racistas, mas afirmar a cultura negra no nosso espaço, coibindo preconceitos antes mesmo que eles ocorram”, explicou Campos.

A primeira edição da Gira não apenas celebrou a ancestralidade, mas também promoveu reflexões sobre inclusão e resistência. O evento lança as bases para uma educação mais plural e transformadora, consolidando o NEABI como uma força vital na luta contra o racismo dentro e fora do Instituto.