Projeto Tecendo Práticas promove aula sobre musicalidade com foco na inclusão de pessoas com deficiência visual
A aula destacou o uso de sons e ritmos como ferramentas pedagógicas para a inclusão de pessoas com deficiência visual.
25 de julho de 2025
O Projeto Tecendo Práticas recebeu nesta semana o professor Gilmar Bedeque para ministrar uma aula voltada à musicalidade como ferramenta de inclusão na educação. A atividade faz parte do esforço contínuo do projeto em desenvolver metodologias pedagógicas que contemplem estudantes com deficiência visual, promovendo experiências sensoriais e rítmicas que auxiliam no aprendizado e no desenvolvimento integral.
Durante a aula, os alunos participaram de atividades práticas com instrumentos musicais e consciência corporal. A estudante Maria Clara Diniz compartilhou sua experiência:
“A aula foi incrível, utilizamos os instrumentos, fizemos partes de consciência corporal e foi muito produtivo, porque mexemos com os sentidos do corpo e da audição. Achei uma experiência proveitosa, apesar das minhas limitações diante da música, mas para mim foi muito bom.”
Responsável pela oficina, o professor Gilmar Bedeque ressaltou a importância de explorar novas ferramentas sonoras no processo de ensino-aprendizagem, especialmente na educação especial.
“São professores que já atuam na educação especial, mas que de repente não estavam atentos para essas ferramentas de sonoridade como possibilidade pedagógica. O uso de instrumentos, do próprio corpo como fonte sonora, de fonemas, de elementos rítmicos e sonoros pode enriquecer muito a prática docente. Além disso, precisamos chamar atenção para as paisagens sonoras que compõem a educação e que muitas vezes passam despercebidas por quem enxerga.”, comentou.
A professora Thalita Motta, integrante do projeto, comentou que o módulo de musicalização ainda é uma novidade no curso, mas que vem trazendo resultados emocionantes. “Essa é a segunda edição do módulo com o professor Gilmar. Apesar de não ter formação em música, adoro a área e acho super importante trabalhar essas outras dimensões da experiência, especialmente com pessoas com deficiência visual. Poder ver um pouquinho da oficina já foi uma emoção muito grande — e eu queria mais.”, relatou a coordenadora do projeto.
O professor Bruno Lima, do Centro de Apoio Pedagógico à Pessoa com Deficiência Visual (CAP), também acompanhou a atividade e reforçou a proposta de trabalhar o som como ferramenta cognitiva e afetiva:
“O professor de musicalização trabalhou as questões do corpo, do ritmo, do som e de como as pessoas cegas formam suas paisagens sonoras. A ideia é que o estudante cego ou com baixa visão aprenda a sistematizar e produzir sons, entendendo como eles fazem parte de sua vida e são fundamentais para o seu desenvolvimento intelectual.”
O Projeto Tecendo Práticas segue articulando experiências pedagógicas inclusivas, promovendo encontros que inspiram educadores e ampliam o repertório de práticas voltadas para a diversidade nas salas de aula.
A atividade é um projeto de extensão que resulta da parceria entre as duas instituições e oferece vagas para profissionais da rede estadual de ensino e também do IFRN. As aulas são presenciais e ocorrem quinzenalmente no prédio do Campus Avançado Natal – Zona Leste.
O curso é dividido em módulos com temas como Sistema Braille, Adaptação Tátil, Soroban, Orientação e Mobilidade, Informática Acessível e Audiodescrição. Essas ações promovem a troca de experiências e a produção de novos conhecimentos na área da educação especial, da inclusão de pessoas com deficiência visual e das tecnologias assistivas.
A formação continuada é promovida pelo Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), em parceria com o Centro de Apoio Pedagógico (CAP) e a Secretaria de Estado da Educação, da Cultura, do Esporte e do Lazer do Rio Grande do Norte (SEEC/RN).
