Residentes do EmbarcaTech compartilham experiências no IFRN-Zona Leste
Programa federal de formação em tecnologia oferece oportunidades de capacitação prática em sistemas embarcados
10 de julho de 2025Conectar a teoria ao mercado de trabalho real. Essa é uma das premissas do EmbarcaTech, programa federal promovido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) em parceria com a Softex, que oferece formação em tecnologias embarcadas e Internet das Coisas (IoT). No IFRN – Campus Zona Leste, um dos polos do programa no Rio Grande do Norte, os participantes vivem a segunda etapa da formação: a residência tecnológica, marcada por intensa atividade prática, orientação especializada e projetos desafiadores.
Matheus Matias, ex-aluno do IFRN e atualmente residente do programa, conta que a motivação veio da possibilidade de ampliar sua atuação além do desenvolvimento web. “Minha principal motivação foi a conexão entre o digital e o mundo físico que acontece nos sistemas embarcados. Quero expandir minhas habilidades”, explica.
Com passagem pelo IFRN no ensino médio e na graduação, Matheus vê a residência como uma continuidade qualificada. “No Zona Leste encontrei a mesma qualidade de ensino, laboratórios bem equipados e professores dedicados. Estou especialmente animado para trabalhar com a empresa parceira e aplicar os conhecimentos em projetos reais”.
Para Ian Périgo, a motivação também veio do interesse por tecnologias emergentes. “Fui motivado por fazer parte de um projeto de desenvolvimento nacional. A possibilidade de atuar profissionalmente com IoT me despertou entusiasmo”, afirma. Natural de Natal (RN), Ian morou na Bahia entre 2016 e 2024, mas foi apenas no ano passado que voltou à cidade para cursar Sistemas para Internet na UERN. Para ele, a residência é um divisor de águas: “Me sinto realizado em termos de conhecimento, networking e retorno financeiro. O programa me dá a perspectiva de um futuro promissor como profissional de TI”.
A residente Thayná Bittencourt, aluna de TSI pelo Campus Parnamirim, destaca o ambiente do IFRN-ZL como acolhedor e estruturado: “É quase uma segunda casa. Os funcionários estão sempre dispostos a ajudar. Isso faz muita diferença no nosso rendimento.” Ela lembra que o interesse pela área já existia, mas o incentivo dos professores foi decisivo para ela se inscrever no EmbarcaTech.
Desde o início da jornada, Thayná já aprendeu a linguagem C aplicada a hardware, técnicas de soldagem e seleção de componentes eletrônicos. “Ainda temos uma longa jornada, mas já percebo uma evolução pessoal enorme. Vim do Rio de Janeiro para Natal há pouco mais de dois anos com o sonho de estudar tecnologia, e ser aprovada no EmbarcaTech foi a confirmação de que fiz a escolha certa”.
Já João Vitor Gomes, também residente, reforça o papel do programa ao abrir portas em regiões com menos oportunidades. “A escassez de iniciativas como essa em nossos estados me motivou muito. As experiências que vivi na Escola Agrícola de Jundiaí, como olimpíadas de robótica, também foram um incentivo importante”.
Na residência, João vem desenvolvendo programação de baixo nível, soldagem e leitura de hardware. “Antes, eu não conseguia visualizar tantas possibilidades de carreira. Hoje, com o EmbarcaTech, tenho um novo horizonte para investir na minha formação”.
Formação intensiva e resultados concretos
Para o professor João Moreno, tutor responsável pela residência no IFRN-ZL, o programa proporciona uma experiência multidisciplinar que vai além da formação técnica.
“Na Fase 2 do EmbarcaTech, os residentes vivenciam uma formação intensiva e multidisciplinar, que abrange desde conteúdos introdutórios até tecnologias avançadas. O percurso começa com nivelamento técnico em Eletricidade, Eletrônica, Sistemas Digitais, Versionamento de Código e Metodologias Ágeis, e segue com trilhas tecnológicas em Microcontroladores, Comunicação e Segurança em IoT, Redes de Sensores e Atuadores, Aprendizado de Máquina, FPGA e SystemVerilog”.
Além do conhecimento técnico, os residentes saem com três certificações relevantes: Capacitação em Sistemas Embarcados, Práticas de Versionamento de Código com Git e Residência Tecnológica em Software Embarcado ou FPGA. Para Moreno, os impactos vão além do currículo:
“Mais do que títulos, os residentes vivenciam experiências práticas intensas ao atuarem diretamente em projetos reais de empresas parceiras que abrangem setores estratégicos como Saúde, Alimentos, Engenharia e Mineração. Essa vivência proporciona uma imersão no ambiente profissional, estimula a aplicação do conhecimento em contextos desafiadores e amplia a empregabilidade dos participantes no setor de tecnologia e inovação”.
O professor destaca ainda os desafios enfrentados na execução do projeto — como logística institucional, articulação com empresas e personalização do ambiente virtual — e celebra os bons resultados:
“A conquista mais significativa até agora foi ter 100% dos estudantes alocados em empresas de destaque regional e nacional, cumprindo com excelência o compromisso firmado entre o IFRN e a Softex. Apesar da complexidade da operação, o resultado tem sido gratificante e reafirma o valor do programa para todos os envolvidos”.
Um passo rumo ao futuro
Durante a residência, os participantes recebem bolsa de estudos, trabalham com empresas parceiras e têm acesso à estrutura do IFRN-ZL, incluindo laboratórios como o LAICA. O programa contribui para que estudantes de diferentes trajetórias encontrem um caminho sólido na área de tecnologia.
Para quem pensa em seguir nessa área, os conselhos são unânimes: persistência, prática e curiosidade. “Tenha coragem e comece, dê o primeiro passo e persista”, resume Thayná. “Com dedicação e esforço, a recompensa vem”, reforça João Vitor.
O IFRN é um dos seis polos do EmbarcaTech no Brasil, reafirmando seu papel como centro de excelência em educação tecnológica e inovação.