MEC visita Campus Natal – Zona Leste do IFRN para reconhecimento de curso de Gestão Pública

Ainda foi discutida a criação de atividades relacionadas à Política Nacional de Formação de Profissionais para a Educação Profissional e Tecnológica (PNFPEPT).

Na primeira semana de dezembro, os gestores do Ministério da Educação (MEC), através do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), visitaram as dependências do Campus Natal – Zona Leste do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN). Um dos principais motivos da visita foi a avaliação do curso de Gestão Pública. 

Durante toda a semana, por meio de videoconferência, servidores do MEC conheceram a infraestrutura do Campus para saber se ele oferece as melhores condições de aulas para os estudantes e se estes têm acesso a conhecimentos relevantes para adentrar no mercado de trabalho. 

Com o resultado da avaliação, o curso de Gestão Pública do IFRN – Zona Leste pode emitir diplomas e, por conseguinte, ter reconhecimento dentro do mercado de trabalho. A coordenadora do curso, Luciana Guedes, explicou que, mesmo que os institutos federais tenham a autonomia de criar seus cursos, a avaliação do MEC é obrigatória. 

Para a docente, a avaliação é um processo muito importante no cenário atual, porque é uma avaliação de reconhecimento de curso. Então, todos os cursos superiores precisam ser reconhecidos, mesmo que a instituição possua autonomia. 

“Nós esperamos o resultado positivo, e esse resultado se reflete na avaliação que é feita, a partir das dimensões, da verificação das questões didático-pedagógicas, da infraestrutura e do corpo docente e tutorial. A partir da nota, vem a reflexão de todo o trabalho que nós estamos fazendo no âmbito do curso superior em tecnologia e gestão pública”, disse. 

O objetivo do curso é formar profissionais para o desenvolvimento dos processos gerenciais, suas aplicações na otimização dos bens e serviços, na gestão de pessoas, de tecnologia e de recursos financeiros, que contribuam para o funcionamento adequado da administração pública.

Os alunos devem saber relacionar informações, ter senso crítico e serem capazes de impulsionar o desenvolvimento social e econômico da região, integrando formação técnica à formação cidadã.

Discussão sobre a Educação Profissional e Tecnológica dentro do Campus

Simultaneamente, de forma presencial, integrantes da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec) também visitaram o Campus. Durante a reunião, discutiu-se temas relacionados à Educação Profissional e Tecnológica (EPT), que tem se destacado como uma modalidade em expansão, com crescimento de 26,1% nas matrículas entre 2019 e 2023. Esse avanço reforça a relevância da EPT no cenário educacional brasileiro, configurando-a como a que mais cresceu entre todas as modalidades. 

“A importância deste trabalho do MEC e IFRN é fortalecer a interlocução dos dois órgãos na perspectiva de construção de redes de pesquisa e difusão do conhecimento. Também contribui para conhecer a instituição, suas demandas e necessidades, com vistas à construção de políticas públicas que respondam a essas demandas e necessidades.”, disse Simone Medeiros sobre o motivo da visita. 

Para enfrentar os desafios decorrentes desse crescimento, o MEC desenvolveu a Política Nacional de Formação de Profissionais para a Educação Profissional e Tecnológica (PNFPEPT). A iniciativa busca qualificar docentes, gestores e servidores de forma integral e emancipatória, atendendo à demanda por profissionais preparados para lidar com as transformações sociais e tecnológicas contemporâneas. Durante a visita, foi destacada a importância de conectar a formação de professores às necessidades do mundo atual, ressaltando o papel do campus na infraestrutura e interiorização do ensino.  

Durante toda a semana, os servidores do MEC conheceram a infraestrutura do Campus para saber se ele oferece as melhores condições de aulas para os estudantes e se estes têm acesso a conhecimentos relevantes para adentrar no mercado de trabalho (Fotos: Catarina Rodrigues)

A educação a distância é uma modalidade educativa que tem a sua origem associada à educação profissional e essa relação potencializa estratégias de expansão, interiorização e democratização das ofertas de cursos, reduzindo desigualdades sociais e regionais.

A PNFPEPT, que conta com o apoio de 47 instituições, prevê a oferta inicial de 26.425 vagas em cursos lato sensu voltados para áreas como docência, gestão e educação a distância na EPT. Além disso, será implementado o Mestrado Profissional em Docência para a EPT (ProfDocência-EPT), com início em 2025 e previsão de 100 vagas em instituições de diferentes regiões do país.

“A EaD ofertada, com qualidade socialmente referenciada e necessária, pode potencializar a EPT para quem mais precisa, contribuindo para uma formação humana integral, comprometida com a emancipação e com a transformação social”, comentou Medeiros.

O programa visa capacitar professores para integrar ensino, pesquisa e extensão, promovendo inovações pedagógicas que atendam às demandas regionais e nacionais.  

A política também inclui a retomada de programas como o Profuncionário, com foco na formação técnica em áreas essenciais para a gestão escolar, reforçando a abordagem integrada do MEC. 

A visita ao Campus Natal – Zona Leste destacou, portanto, a relevância de uma rede nacional de formação que fomente pesquisa e inovação, contribuindo para reduzir desigualdades sociais e regionais.