Além de um projeto, Tecendo Práticas Pedagógicas é um multiplicador da inclusão dentro do meio educacional

O projeto encerrou sua 6ª edição com 46 profissionais capacitados a incluir alunos com deficiência visual em suas salas de aula.

A educação é um direito de todos que deve ser garantido pelo Estado. No entanto, segundo o Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2022, somente 3,6% de pessoas que possuem alguma deficiência entre 6 e 14 anos tiveram acesso pleno e indiscriminado a esse direito na esfera pública. 

A educação inclusiva surge como uma abordagem que busca garantir a acessibilidade, a permanência e o aprendizado de toda a população, independente de suas condições individuais. Isto inclui pessoas com deficiências físicas, visuais, auditivas e psicossociais. Em 2015, essa categoria foi implementada na Legislação a partir da Lei Brasileira de Inclusão (N° 13.1946) e tem conseguido avançar no combate ao capacitismo no país, por meio de vagas destinadas a essas pessoas em escolas, sistema de ações afirmativas e cursos preparatórios para os professores que lidarão diretamente com esses grupos. 

Como parte das ações integrantes da educação inclusiva, o Campus Avançado Natal-Zona Leste ofertou a 6ª edição do curso Tecendo Práticas Pedagógicas para a Educação Inclusiva das Pessoas com Deficiência Visual e entregou, na manhã desta sexta-feira (6/12), o certificado de conclusão de curso para 46 professores da rede estadual de educação. 

A cerimônia contou com a presença de Samira Delgado, Pró-Reitora de Extensão, do Diretor Geral do Campus, José Roberto; da Diretora do Centro de Apoio Pedagógica, Kilzy Mendonça; da subcoordenadora de Educação Especial da Secretaria de Educação do Rio Grande do Norte (SEEC), Maria do Carmo de Sousa e da coordenadora do projeto de extensão e professora do IFRN-Zona Leste, Thalita Motta. 

“O encerramento da 6ª edição desse importante projeto vai além de um curso de formação, mas representa um marco na importância que o IFRN e Governo do Estado dão para a inclusão de todas as pessoas na educação. Então, Tecendo Práticas Pedagógicas para a Educação Inclusiva das Pessoas com Deficiência Visual já é um curso que vem formando muitas pessoas para qualificar ainda mais a nossa prática profissional e dos professores da rede estadual.” comentou Samira Delgado. 

Além da entrega dos certificados, o momento contou com a exposição de trabalhos dos concluintes no módulo de adaptação tátil, no qual os participantes produziram materiais didáticos táteis para o ensino de pessoas com deficiência visual.

“Eu trouxe um livro sensorial com direcionamentos e localização espacial para que crianças com deficiência visual possam entender, por exemplo, essas noções de dentro e fora, perto e longe, enfim, a partir de um meio tátil, pelo livro, por exemplo.” explicou o professor da rede estadual de ensino, João Daniel Câmara, acerca do seu projeto de conclusão.

O professor decidiu iniciar o curso pensando nos seus alunos com deficiência visual, como cegueira e baixa visão. Além do motivo social, João Daniel tem uma motivação pessoal, pois também possui baixa visão. Por isso decidiu se dedicar à capacitação para atender a esse público e produzir um ensino de qualidade inclusivo. 

O curso Tecendo Práticas Pedagógicas para a Educação Inclusiva das Pessoas com Deficiência Visual

O programa busca efetivar a indissociabilidade de ensino, pesquisa e extensão como elementos básicos do trabalho e formação do docente, numa perspectiva inclusiva. 

Para isso, o curso é dividido em módulos que contam com temáticas como Sistema Braille, Adaptação Tátil, Soroban, Orientação e Mobilidade, Informática Acessível e Audiodescrição. Tais ações contribuem com a troca de experiências e produção de novos conhecimentos na área de educação especial, inclusão de pessoas com deficiência visual e tecnologias assistivas. 

“O curso foi bastante enriquecedor para a gente enquanto professor, porque nos trouxe mais ideias de como trabalhar com o deficiente visual. E, com certeza, a gente saiu com a bagagem melhor para saber trabalhar quando a gente tiver uma experiência com uma pessoa com deficiência visual”, disse a formanda Márcia Rodrigues

Para a professora Soraia Santos, o projeto não é apenas importante por promover atividades de educação inclusiva, mas por ajudar outros professores a compartilhar o seu conhecimento com outros profissionais da educação que possuem alunos com deficiência em sua sala de aula. 

“É muito importante que a gente possa formar esses professores, ajudá-los para que eles sejam multiplicadores nas salas de aula deles, multiplicadores nos municípios deles, porque nós não temos apenas professores do município de Natal, mas professores de todas as regiões do Rio Grande do Norte. Isso é muito importante, fazer com que eles se sintam capacitados para multiplicar esse conhecimento lá na região deles.” comentou a professora Soraia.

Especialização em Educação Inclusiva 

Além do projeto de extensão, o Campus Avançado Natal – Zona Leste do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN/ZL) oferece o programa de Especialização em Educação Inclusiva à Distância. O curso tem o objetivo de formar profissionais aptos a atuar em educação na perspectiva inclusiva, atendendo aos alunos com necessidades educacionais e transtornos funcionais específicos. 

A Especialização em Educação Inclusiva contribui para a criação das condições necessárias e das alternativas possíveis para um desempenho técnico, ético e político, levando em consideração as características individuais de cada aluno. 
Para saber mais sobre as vagas disponíveis e o lançamento de editais, acompanhe o portal do Campus: https://ead.ifrn.edu.br/portal/.