Projeto de Educação Inclusiva do IFRN/ZL recebe aula de “Introdução ao Sorobã”

A iniciativa é fruto de parceria entre o Instituto Federal e o Governo do Estado.

Aulas são divididas em dois momentos (Fotos: Catarina Rodrigues)

Nesta sexta-feira (19), o campus Avançado Natal – Zona Leste do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN/ZL) recebeu a aula de “Introdução ao Sorobã”, dos professores Bruno Lima e Soraia Santos. A atividade integra o projeto “Tecendo Práticas para a Educação Inclusiva das Pessoas com Deficiência Visual”, um curso formativo de 60 horas, dividido em seis módulos. As aulas de sorobã estão inclusas no módulo 4, divididas em dois momentos.

O projeto é uma iniciativa da Secretaria Estadual de Educação (SEEC), por meio do Centro de Apoio Pedagógico para Atendimento às Pessoas com Deficiência Visual, em parceria com o IFRN, através do campus ZL. O objetivo é proporcionar ferramentas pedagógicas inclusivas para facilitar o aprendizado de pessoas com deficiência visual. Além disso, é destinada aos professores da rede municipal, estadual e também colaboradores do instituto federal.

Professores Soraia Santos e Bruno Lima durante as aulas (Fotos: Catarina Rodrigues)

Durante a aula, os professores explicaram a importância do Sorobã como uma ferramenta de cálculo para pessoas cegas. A metodologia de ensino foi detalhada, enfatizando a construção de conceitos numéricos concretos antes da introdução ao Sorobã.

Quando questionado sobre a dificuldade de aprender Sorobã, o professor Bruno Lima, que é deficiente visual, respondeu: “É tranquilo de aprender. Primeiramente, fazemos uma construção pedagógica antes de manusear o equipamento, relembrando a unidade, centena e dezena. Depois, aprendemos como funciona o Sorobã. As pessoas que são videntes (que enxergam) somam os números começando pela unidade. A gente tem que começar a somar pela hierarquia maior”.

Ele exemplificou essa diferença: “Quando você vai somar 15 mais 15, você começa pelo 5 mais 5 da unidade, certo? Depois você soma 10 mais 10. Eu começo pelo 10 mais 10. Para depois ser mais 5 é 5. Até chegar no número 30”.

O interesse pela matemática foi justificado como uma necessidade pedagógica: “Porque isso aqui é uma ferramenta para facilitar o cálculo para a pessoa cega, né? Então os cegos são ensinados a usar o Sorobã como instrumento pedagógico para facilitar os cálculos”.

As aulas do programa “Tecendo Práticas para a Educação Inclusiva das Pessoas com Deficiência Visual”, que está em sua sexta edição, continuam até o dia 29 de novembro. A expectativa é capacitar educadores para atender às necessidades específicas de alunos com deficiência visual.