MÊS DO ESTUDANTE – Conheça a história de Gabriela, que mora em Caicó e trabalha em Acari. A EaD deu a ela a chance de voltar a estudar

Morar em uma cidade, trabalhar em outra. Essa é a realidade vivida por inúmeras pessoas Brasil afora. Em meio às correrias da vida, uma necessidade grita e se faz ouvir: estudar. Assim é a história de Gabriela, de 28 anos, que encontrou na modalidade Ensino a Distância (EaD) o tempo e a maneira de continuar sua vida acadêmica.

Gabriela Romana Souza é natural de Caicó, na região Seridó do estado. A jovem, formada em Ciências Contábeis pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), está no quarto período do Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental pelo Campus Avançado Natal – Zona Leste.

Gabi, como é chamada carinhosamente pela família e amigos, é auxiliar de serviços gerais (ASG) em uma escola municipal da cidade de Acari. Em razão da distância entre a casa de seus pais e seu local de trabalho – cerca de 50 quilômetros –, a estudante vive de segunda a sexta em Acari, voltando a Caicó nos finais de semana, onde aproveita para revisar os conteúdos do curso.

A infância simples no sítio da família fez com que Gabriela focasse em seu futuro desde cedo e a mãe da jovem tem grande parcela nisso. “Minha mãe sempre foi muito realista comigo e com meu irmão. Sempre que pedíamos alguma coisa, ela explicava que não podia dar e talvez seja por isso que nós conseguimos ser tão focados no futuro, pensando em nossos pais”, contou a jovem, que relembra um ditado popular dito pela mãe: “A única herança que ela podia deixar pra gente e que ninguém podia tomar de nós era os estudos“.

Inevitavelmente, as declarações de Gabriela levam a um único lugar: sua família. Filha de agricultores, ela revela ter feito renúncias por eles, no entanto, não se arrepende de nenhuma. “Eles trabalharam muito, a vida inteira”, conta. O pai da estudante é portador de Alzheimer, doença neurodegenerativa que provoca deterioração das funções cognitivas. Essa é a prioridade da jovem, que nunca abandonou seus sonhos: “Eu quero ser uma boa profissional e tenho em mente que tudo depende do meu esforço. Claro que tem dias que a gente desanima, mas, no final, a gente olha pra trás e vê que valeu cada esforço. Meu sonho é ter uma vida tranquila, com meus pais, com tudo que eles merecem”.

Gabriela sempre teve gosto pela área ambiental. Em 2020, veio a aprovação no Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental na modalidade EaD pelo Campus Natal-Zona Leste, com polo em Parelhas. A notícia foi recebida com alegria pela estudante, que deixa claro que não estuda por obrigação, mas por vontade de aprender: “Vontade em aprender coisas novas; assuntos que até então eu não conhecia, e estou tendo a oportunidade de conhecer”.

O Ensino a Distância possibilita à jovem organizar seu tempo, afinal, como diz, sempre surgem imprevistos, porém ela não precisa se preocupar. “A carga fica mais leve, tendo em vista que a ‘pressão’ é menor. Sem falar que não preciso me deslocar até o Campus”, finalizou Gabriela, que ainda realiza uma especialização em Gestão Pública Municipal pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), também através do EaD.

Ensino a Distância no IFRN

Como explica o diretor-geral do Campus Avançado Natal – Zona Leste, professor José Roberto Oliveira dos Santos, na modalidade EaD, o processo de ensino-aprendizagem ocorre por meio do uso da tecnologia da informação e da comunicação, utilizando equipamentos e instrumentos tecnológicos e digitais, com materiais específicos para essa modalidade.

Com a adesão do ensino remoto nas escolas de todo o Brasil em razão do Coronavírus, professores e alunos tiveram que se adaptar à EaD. José Roberto esclarece que o pensamento de que o ensino a distância é buscado somente por quem “não possui tempo” é errôneo. O professor explica que é justamente o contrário: “Quem faz o seu horário de estudo é o estudante. Isso requer autonomia do aluno para se organizar quanto ao tempo para a execução das atividades a serem desenvolvidas”.

A tecnologia tem avançado e encurtado a distância entre o ensino e os estudantes. Ambientes virtuais, plataformas de reuniões e até mesmo as redes sociais têm colaborado para a formação de diversas Gabrielas espalhadas pelo país. “Quanto mais interação houver no ambiente virtual de aprendizagem entre estudante e docente, certamente a qualidade do ensino tende a ser melhor”, concluiu o professor José Roberto.